Vamos mostrar aqui um pouco dos trabalhos da turma 3 de informática do CM"ProfºImídeo Giuseppe Nérici"
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias
Artigo
publicado
na revista
Informática na Educação: Teoria &
Prática. Porto Alegre, vol. 3, n.1
(set. 2000) UFRGS. Programa de Pós-Graduação em Informática na
Educação, pág. 137-144.
Introdução
- Educar é colaborar para que professores e alunos - nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.
- Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social.
- Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.
- Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio.
- O educador e as novas mídias
- O professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los.
- Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática.
- Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante que cada docente encontre o que lhe ajuda mais a sentir-se bem, a comunicar-se bem, ensinar bem , ajudar os alunos a que aprendam melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar.
- Com a Internet podemos modificar mais facilmente a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos a distância. São muitos os caminhos, que dependerão da situação concreta em que o professor se encontrar: número de alunos, tecnologias disponíveis, duração das aulas, quantidade total de aulas que o professor dá por semana, apoio institucional. Alguns parecem ser, atualmente, mais viáveis e produtivos.
- No começo procurar estabelecer uma relação empática com os alunos, procurando conhecê-los, fazendo um mapeamento dos seus interesses, formação e perspectivas futuras. A preocupação com os alunos, a forma de relacionar-nos com eles é fundamental para o sucesso pedagógico. Os alunos captam se o professor gosta de ensinar e principalmente se gosta deles e isso facilita a sua prontidão para aprender.
- Vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cada classe, que contribuições podem dar ao nosso curso. Não vamos impor um projeto fechado de curso, mas um programa com as grandes diretrizes delineadas e onde vamos construindo caminhos de aprendizagem em cada etapa, estando atentos - professor e alunos - para avançar da forma mais rica possível em cada momento
- É importante mostrar aos alunos o que vamos ganhar ao longo do semestre, por que vale a pena estarmos juntos. Procurar motivá-los para aprender, para avançar, para a importância da sua participação, para o processo de aula-pesquisa e para as tecnologias que iremos utilizar, entre elas a Internet.
- O professor pode criar uma página pessoal na Internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Essa página pode ampliar o alcance do trabalho do professor, de divulgação de suas idéias e propostas, de contato com pessoas fora da universidade ou escola. Num primeiro momento a página pessoal é importante como referência virtual, como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. A página pode ser aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependerá de cada situação. O importante é que professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e visibilização virtual.
- Hoje começamos a ter acesso a programas que facilitam a criação de ambientes virtuais, que colocam alunos e professores juntos na Internet. Programas como o Eureka da PUC de Curitiba, o LearningSpace da Lotus-IBM, o WEBCT, o Aulanet da PUC do Rio de Janeiro, o FirstClass, o Blackboard e outros semelhantes permitem que o Professor disponibilize o seu curso, oriente as atividades dos alunos, e que estes criem suas páginas, participem de pesquisa em grupos, discutam assuntos em fóruns ou chats. O curso pode ser construído aos poucos, as interações ficam registradas, as entradas e saídas dos alunos monitoradas. O papel do professor se amplia significativamente. Do informador, que dita conteúdo, se transforma em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula, de um processo que caminha para ser semi-presencial, aproveitando o melhor do que podemos fazer na sala de aula e no ambiente virtual.
- O professor, tendo uma visão pedagógica inovadora, aberta, que pressupõe a participação dos alunos, pode utilizar algumas ferramentas simples da Internet para melhorar a interação presencial-virtual entre todos.
- Lista eletrônica/Fórum
- Em relação à Internet, procurar que os alunos dominem as ferramentas da WEB, que aprendam a navegar e que todos tenham seu endereço eletrônico (e-mail). Com os e-mails de todos criar uma lista interna de cada turma ou um fórum.
- A lista eletrônica interna ajuda a criar uma conexão virtual permanente entre o professor e os alunos, a levar informações importantes para o grupo, orientação bibliográfica, de pesquisa, a dirimir dúvidas, a trocarmos sugestões, envio de textos, de trabalhos.
- A lista eletrônica é um novo campo de interação que se acrescenta ao que começa na sala de aula, no contato físico e que depende dele. Se houver interação real na sala, a lista acrescenta uma nova dimensão, mais rica. Se no presencial houver pouca interação, provavelmente também não a haverá no virtual.
- Aulas-pesquisa
- Podemos transformar uma parte das aulas em processos contínuos de informação, comunicação e de pesquisa, onde vamos construindo o conhecimento equilibrando o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aulas-informação, onde o professor mostra alguns cenários, algumas sínteses, o estado da arte, as coordenadas de uma questão ou tema. Aulas-pesquisa, onde professores e alunos procuram novas informações, cercar um problema, desenvolver uma experiência, avançar em um campo que não conhecemos. O professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. O papel do professor agora é o de gerenciador do processo de aprendizagem, é o coordenador de todo o andamento, do ritmo adequado, o gestor das diferenças e das convergências.
- Uma proposta viável é escolher os temas fundamentais do curso e trabalhá-los mais coletivamente e os secundários ou pontuais pesquisá-los mais individualmente ou em pequenos grupos.
- Os grandes temas da matéria são coordenados pelo professor, iniciados pelo professor, motivados pelo professor, mas pesquisados pelos alunos, às vezes todos simultaneamente; às vezes, em grupos; às vezes, individualmente. A pesquisa grupal na Internet pode começar de forma aberta, dando somente o tema sem referências a sites específicos, para que os alunos procurem de acordo com a sua experiência e conhecimento prévio. Isso permite ampliar o leque de opções de busca, a variedade de resultados, a descoberta de lugares desconhecidos pelo professor. Eles vão gravando os endereços, artigos e imagens mais interessantes em disquete e também fazem anotações escritas, com rápidos comentários sobre o que estão salvando O professor incentiva a troca constante de informações, a comunicação, mesmo parcial, dos resultados que vão sendo obtidos, para que todos possam se beneficiar dos achados dos colegas. É mais importante aprender através da colaboração, da cooperação do que da competição. O professor estará atento aos vários ritmos, às descobertas, servirá de elo entre todos, será o divulgador de achados, o problematizador e principalmente o incentivador. Depois de um tempo, ele coordena a síntese das buscas feitas, organiza os resultados, os caminhos que parecem mais promissores.
- Passa-se, num segundo momento, à pesquisa mais focada, mais específica, a partir dos resultados anteriores. O mesmo tema vai ser pesquisado no mesmo endereço, de forma semelhante por todos. É uma forma de aprofundar os dados conseguidos anteriormente e evitar o alto grau de entropia e dispersão que pode acontecer na etapa anterior da pesquisa aberta. Como na etapa anterior é importante a troca de informações, a divulgação dos principais achados. Há vários caminhos para aprofundar as pesquisas: Do simples ao complexo, do geral ao específico, do aberto ao dirigido, focado. Os temas podem ser aprofundados como em ondas, cada vez mais ricas, abertas, aprofundadas. Os alunos comunicam os resultados da pesquisa. O professor os ajuda a fazer a síntese do que encontraram.
- O professor atua como coordenador, motivador, elo de união do grupo. Os textos e materiais que parecem mais promissores são salvos, impressos ou enviados por e mail para cada aluno. Faz-se uma síntese dos materiais coletados, das idéias percebidas, das questões levantadas e se pede que todos leiam esses materiais que parecem mais importantes para a próxima aula, numa leitura mais aprofundada e que sirva como elo com a próxima etapa de uma discussão mais rica, com conhecimento de causa. Os melhores textos e materiais podem ser incorporados à bibliografia do curso. O professor utilizou uma parte do material preparado de antemão (planejamento) e o enriqueceu com as novas contribuições da pesquisa grupal (construção cooperativa). Assim o papel do aluno não é o de "tarefeiro", o de executar atividades, mas o de co-pesquisador, responsável pela riqueza, qualidade e tratamento das informações coletadas. O professor está atento às descobertas, às dúvidas, ao intercâmbio das informações (os alunos pesquisam, escolhem, imprimem), ao tratamento das informações. O professor ajuda, problematiza, incentiva, relaciona.
- Ao mesmo tempo, o professor coordena a escolha de temas ou questões mais específicos, que são selecionados ou propostos pelos alunos, dentro dos parâmetros propostos pelo professor e que serão desenvolvidos individualmente ou em pequenos grupos. É interessante que os alunos escolham algum assunto dentro do programa que esteja mais próximo do que eles valorizam mais. Quanto mais jovens são os alunos, mais curto deve ser o tempo entre o planejamento e a execução das pesquisas. Nas datas combinadas, as pesquisas são apresentadas verbalmente para a classe, trazem um resumo escrito para a aula ou o enviam pela lista interna para todos os participantes. Alunos e professor perguntam, complementam, participam.
- O professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, onde todos se envolvem, participam - na sala de aula, na lista eletrônica e na home page - é fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência se torna muito mais forte e definitivo em nós.
- Construção colaborativa
- A Internet favorece a construção cooperativa e colaborativa, o trabalho conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma investigação sobre um problema de atualidade.
- Uma das formas mais interessantes de trabalhar hoje colaborativamente é criar uma página dos alunos, como um espaço virtual de referência, onde vamos construindo e colocando o que acontece de mais importante no curso, os textos, os endereços, as análises, as pesquisas. Pode ser um site provisório, interno, sem divulgação, que eventualmente poderá ser colocado a disposição do público externo. Pode ser também um conjunto de sites individuais ou de pequenos grupos que se visibilizam quando os alunos acharem conveniente. Não deve ser obrigatória a criação da página, mas incentivar a que todos participem e a construam. O formato, colocação e atualização pode ficar a cargo de um pequeno grupo de alunos.
- O importante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula: conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância pela lista - comunicar-nos quando for necessário e também acessar aos materiais construídos em conjunto na home-page, na hora em que cada um achar conveniente.
- É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe: integrar as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o texto seqüencial com o hipertexto, o encontro presencial com o virtual.
- O que muda no papel do professor? Muda a relação de espaço, tempo e comunicação com os alunos. O espaço de trocas aumenta da sala de aula para o virtual. O tempo de enviar ou receber informações se amplia para qualquer dia da semana. O processo de comunicação se dá na sala de aula, na internet, no e-mail, no chat. É um papel que combina alguns momentos do professor convencional - às vezes é importante dar uma bela aula expositiva - com mais momentos de gerente de pesquisa, de estimulador de busca, de coordenador dos resultados. É um papel de animação e coordenação muito mais flexível e constante, que exige muita atenção, sensibilidade, intuição (radar ligado) e domínio tecnológico.
- Mudanças na educação presencial com tecnologias
- Caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis, integradas. Para estruturas mais enxutas. Menos pessoas, trabalhando mais sinergicamente. Haverá maior participação dos professores, alunos, pais, da comunidade na organização, gerenciamento, atividades, rumos de cada instituição escolar.
- Está em curso uma reorganização física dos prédios. Menos quantidade de salas de aula e mais funcionais. Todas elas com acesso à Internet. Os alunos começam a utilizar o notebook para pesquisa, busca de novos materiais, para solução de problemas. O professor também está mais conectado em casa e na sala de aula e com recursos tecnológicos para exibição de materiais de apoio para motivar os alunos e ilustrar as suas idéias. Teremos mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; as bibliotecas se convertem em espaços de integração de mídias, software e bancos de dados.
- Os processos de comunicação tendem a ser mais participativos. A relação professor-aluno mais aberta, interativa. Haverá uma integração profunda entre a sociedade e a escola, entre a aprendizagem e a vida. A aula não é um espaço de inado; mas tempo e espaço contínuos de aprendizagem. Os cursos serão híbridos no estilo, presença, tecnologias, requisitos. Haverá muito mais flexibilidade em todos os sentidos. Uma parte das matérias será predominantemente presencial e outra predominantemente virtual. O importante é aprender e não impor um padrão único de ensinar.
- Com o aumento da velocidade e de largura de banda, ver-se e ouvir-se a distância será corriqueiro. O professor poderá dar uma parte das aulas da sua sala e será visto pelos alunos onde eles estiverem. Em uma parte da tela do aluno aparecerá a imagem do professor, ao lado um resumo do que está falando. O aluno poderá fazer perguntas no modo chat ou sendo visto, com autorização do professor, por este e pelos colegas. Essas aulas ficarão gravadas e os alunos poderão acessá-las off-line, quando acharem conveniente.
- Haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de trabalhar com o oral, a escrita e o audiovisual. Não precisaremos abandonar as formas já conhecidas pelas tecnologias telemáticas, só porque estão na moda. Integraremos as tecnologias novas e as já conhecidas. As utilizaremos como mediação facilitadora do processo de ensinar e aprender participativamente.
- .Haverá uma mobilidade constante de grupos de pesquisa, de professores participantes em determinados momentos, professores da mesma instituição e de outras.
- Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?
- Podemos ensinar e aprender com programas que incluam o melhor da educação presencial com as novas formas de comunicação virtual. Há momentos em que vale a pena encontrar-nos fisicamente,- no começo e no final de um assunto ou de um curso. Há outros em que aprendemos mais estando cada um no seu espaço habitual, mas conectados com os demais colegas e professores, para intercâmbio constante, tornando real o conceito de educação permanente.
- Como regra geral, podemos encontrar-nos fisicamente no começo e no final de um novo tema, de um assunto importante. No início, para colocar esse tema dentro de um contexto maior, para motivar os alunos, para que percebam o que vamos pesquisar e para organizar como vamos pesquisá-lo. Os alunos, iniciados ao novo tema e motivados, o pesquisam, sob a supervisão do professor e voltam a aula depois de um tempo para trazer os resultados da pesquisa, para colocá-los em comum.
- É o momento final do processo, de trabalhar em cima do que os alunos apresentaram, de complementar, questionar, relacionar o tema com os demais.
- Vale a pena encontrar-nos no início de um processo específico de aprendizagem e no final, na hora da troca, da contextualização. Iniciar o processo presencialmente. O professor estimula, motiva. Coloca uma questão, um problema, uma situação real. Os alunos pesquisam com a supervisão dele. Uma parte das aulas pode ser substituída por acompanhamento, monitoramento de pesquisa, onde o professor dá subsídios para os alunos irem além das primeiras descobertas, para ajudá-los nas suas dúvidas. Isso pode ser feito pela Internet, por telefone ou pelo contato pessoal com o professor.
- Equilibrar o presencial e o virtual
- Se temos dificuldades no ensino presencial, não as resolveremos com o virtual. Se olhando-nos, estando juntos temos problemas sérios não resolvidos no processo de ensino-aprendizagem, não será "espalhando-nos" e "conectando-nos" que vamos solucioná-los automaticamente.
- Podemos tentar a síntese dos dois modos de comunicação: o presencial e o virtual, valorizando o melhor de cada um deles. Aproveitar o melhor dos dois modos de estar.
- Estar juntos fisicamente é importante em determinados momentos fortes: conhecer-nos, criar elos, confiança, afeto. Conectados, para realizar trocas mais rápidas, cômodas e práticas.
- Realizar atividades que fazemos melhor no presencial: comunidades, criar grupos afins (por algum critério específico)
- Definir objetivos, conteúdos, formas de pesquisa de temas novos, de cursos novos. Traçar cenários, passar as informações iniciais necessárias para situar-nos diante de um novo assunto ou questão a ser pesquisada.
- A comunicação virtual permite interações espaço-temporais mais livres;
- a adaptação a ritmos diferentes dos alunos;
- novos contatos com pessoas semelhantes, fisicamente distantes;
- maior liberdade de expressão a distancia.
- Certas formas de comunicação as conseguirmos fazer melhor a distancia, por dificuldades culturais e educacionais de abrir-nos no presencial.
- Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se altera. Podemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" por videoconferência na minha aula. Haverá um intercâmbio muito maior de professores, onde cada um colabora em algum ponto específico, muitas vezes a distância.
- O conceito de curso, de aula também muda. Hoje entendemos por aula um espaço e tempo determinados. Esse tempo e espaço cada vez serão mais flexíveis. O professor continua "dando aula" quando está disponível para receber e responder mensagens dos alunos, quando cria uma lista de discussão e alimenta continuamente os alunos com textos, páginas da Internet, fora do horário específico da sua aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes, quando tanto professores quanto os alunos estão motivados e entendem a aula como pesquisa e intercâmbio, supervisionados, animados, incentivados pelo professor.
- As crianças terão muito mais contato físico, pela necessidade de socialização, de interação. Mas nos cursos médios e superiores, o virtual superará o presencial. Haverá uma grande reorganização das escolas. Edifícios menores. Menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro, interconectadas. A casa, o escritório será o lugar de aprendizagem.
- Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá do tipo de matéria, das necessidades concretas de cobrir falta de profissionais em áreas específicas ou de aproveitar melhor especialistas de outras instituições que seria difícil contratar.
- Caminhamos rapidamente para processos de ensino-aprendizagem totalmente audiovisuais e interativos. Nos veremos, ouviremos, escreveremos simultaneamente, com facilidade, a um custo baixo, às vezes em grupos grandes, em outros em grupos pequenos ou de dois em dois.
- Tecnologias na educação a distância
- Estamos numa fase de transição na educação a distância. Muitas organizações estão limitando-se a transpor para o virtual adaptações do ensino presencial (aula multiplicada ou disponibilizada). Há um predomínio de interação virtual fria (formulários, rotinas, provas, e-mail) e alguma interação on-line. Começamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais. O educação a distância mudará radicalmente de concepção, de individualista para mais grupal, de utilização predominantemente isolada para utilização participativa, em grupos. Das mídias unidirecionais, como o jornal, a televisão e o rádio, caminhamos para mídias mais interativas. Da comunicação off-line evoluímos para um mix de comunicação off e on-line (em tempo real).
- Educação a distância não é só um "fast-food" onde o aluno vai lá e se serve de algo pronto. Educação a distância é ajudar os participantes a que equilibrem as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos -presenciais e virtuais - onde avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas e resultados. Iremos combinando daqui em diante cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursos presenciais será feita virtualmente. Uma parte dos cursos a distância será feita de forma presencial ou virtual-presencial, vendo-nos e ouvindo-nos. períodos de pesquisa mais individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos com a orientação virtual de um tutor e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias.
- A internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real de som e imagem (tecnologias streaming). Cada vez será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB. Enquanto assiste a de inado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente as informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da programadora na Internet ou outros bancos de dados.
- As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento da banca de transmissão como acontece na TV a cabo torna-se mais fácil poder ver-nos e ouvir-nos a distância. Muitos cursos poderão ser realizados a distância com som e imagem, principalmente cursos de atualização, extensão. As possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas envolvidas.
- Teremos aulas a distância com possibilidade de interação on-line e aulas presenciais com interação a distância.
- Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma visão conservadora (lucro, multiplicação)
- O ensino será um mix de tecnologias com momentos presenciais, outros de ensino on-line, adaptação ao ritmo pessoal, mais interação grupal, avaliação mais personalizada (com níveis diferenciados de visão pedagógica)
- Outras organizações oferecerão tecnologias de ponta com visão pedagógica avançada (cursos de elite, subsidiados).
- O processo mais lento do que se espera. Iremos mudando aos poucos, tanto no presencial como no educação a distância. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão prontos para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade.
- Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.
BIBLIOGRAFIA
COLL, Cesar S.
Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1994.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998. DERTOUZOS, Michael. O que será. Como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente; A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GATES, Bill. A estrada do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. GILDER, George. Vida após a televisão; vencendo na revolução digital. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência; o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed 34, 1993.
___________. A inteligência coletiva; por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.
LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis: Vozes, 1992.
LYON, Harold C. Aprender a sentir-Sentir para aprender. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
MASETTO, Marcos (org.) Docência na Universidade. Campinas: Papirus, 1998.
MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. São Paulo: Paulinas, 1998.
___________________. Aprendendo a viver. São Paulo: Paulinas, 1999.
__________________. Como ver televisão; leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo: Paulinas, 1991.
___________________ . Internet no ensino. Comunicação & Educação. V (14): janeiro/abril 1999, p. 17-26. NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
POSTMANN, Neil. Tecnopolio. São Paulo: Nobel, 1994.
ROGERS, Carl. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1971.
____________. Um jeito de ser. São Paulo: EPU, 1992.
SHAFF, Adam. A Sociedade Informática. São Paulo: Brasiliense-UNESP,1992.
SEABRA, Carlos. Usos da telemática na educação. In Acesso; Revista de Educação e Informática. São Paulo, v.5, n.10, p.4-11, julho, 1995.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998. DERTOUZOS, Michael. O que será. Como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente; A teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GATES, Bill. A estrada do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. GILDER, George. Vida após a televisão; vencendo na revolução digital. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência; o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed 34, 1993.
___________. A inteligência coletiva; por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998.
LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis: Vozes, 1992.
LYON, Harold C. Aprender a sentir-Sentir para aprender. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
MASETTO, Marcos (org.) Docência na Universidade. Campinas: Papirus, 1998.
MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. São Paulo: Paulinas, 1998.
___________________. Aprendendo a viver. São Paulo: Paulinas, 1999.
__________________. Como ver televisão; leitura crítica dos meios de comunicação. São Paulo: Paulinas, 1991.
___________________ . Internet no ensino. Comunicação & Educação. V (14): janeiro/abril 1999, p. 17-26. NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
POSTMANN, Neil. Tecnopolio. São Paulo: Nobel, 1994.
ROGERS, Carl. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1971.
____________. Um jeito de ser. São Paulo: EPU, 1992.
SHAFF, Adam. A Sociedade Informática. São Paulo: Brasiliense-UNESP,1992.
SEABRA, Carlos. Usos da telemática na educação. In Acesso; Revista de Educação e Informática. São Paulo, v.5, n.10, p.4-11, julho, 1995.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Trabalho do Henrique sobre ética
Ética
O termo ética deriva do grego ethos (caráter,
modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto de valores morais e
princíIntroduçãopios que norteiam a conduta humana na sociedade. A
ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social,
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética,
embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o
sentimento de justiça social.
A ética é construída por uma sociedade com base nos
valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a
Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios
códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando
o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada
bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom
funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos
ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na
política, etc.
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade aqual
pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.
A ética é construída por uma sociedade com base nos
valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a
Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios
códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando
o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada
bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom
funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos
ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na
política, etc.
Uma
pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é
chamado de antiético, assim como o ato praticado.
Ética no Trabalho
Ética profissional é o conjunto de normas morais
pelas quais um indivíduo deve orientar seu comportamento
profissional. A Ética é importante em todas as profissões, e para
todo ser humano, para que todos possam viver bem em sociedade.
Todos os códigos de ética profissional, trazem
em seu texto a maioria dos seguintes princípios: honestidade no
trabalho, lealdade na empresa, alto nível de rendimento, respeito a
dignidade humana, segredo profissional, observação das normas
administrativas da empresa e muitos outro. O Código de
Ética é um instrumento criado para orientar o desempenho das
empresas em suas ações e na interação com seus públicos. Para um
envolvimento maior, é importante que a empresa faça um código de
ética bem objetivo, para facilitar a compreensão dos seus
funcionários. Além das empresas, a maioria das profissões
possuem seu próprio Código de Ética, principalmente em áreas da
saúde onde envolve muitas questões éticas como vida, morte, que é
o caso de médicos, enfermeiros, psicólogos.
A ética é construída por uma sociedade com base nos
valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a
Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios
códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando
o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada
bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom
funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos
ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na
política, etc.
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade aqual
pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.
A ética é construída por uma sociedade com base nos
valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a
Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de
uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios
códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude
pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando
o exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada
bioética.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom
funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos
ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na
política, etc.
Conclusão
Eu entendi que a ética e uma coisa muito importante
para nós. Existem vários tipos de ética.
Ex: Ética no trabalho
Muitas pessoas usam a ética no seu dia a dia,mais
outros nem ligam,com a ética,temos o respeito e a formalidade. Então
não devemos usa apenas o valor da ética,mais sim como outros valores que devemos
sempre usar sempre outros valores como o valor da educação,da
família,da paz e muitos outros então os valores são muitos
importantes para todos nós.
FONTES : www.suapesquisa.com.br
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Tecnologia
É
importante que todos reflitam sobre a tecnologia digital e as
possibilidades de
mudanças que as mesmas possam provocar em sua trajetória pessoal e
profissional.
Não tem como fugir disso mais.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Curiosa fui pesquisar.
Lei 2481/03 | Lei nº 2481 de 18 de novembro de 2003 de Santana de Parnaiba
Compartilhe
DISPÕE SOBRE O "DIA MUNICIPAL DA CULTURA E DA PAZ.
(Projeto de Lei de autoria do Vereador José Messias da Silva).
SILVIO ROBERTO CAVALCANTI PECCIOLI, Prefeito do Município de Santana de Parnaíba, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei, FAZ SABER que a Câmara Municipal de Santana de Parnaíba aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:
Art. 1º Fica instituído o dia 25 (vinte e cinco) de julho do calendário gregoriano como o "Dia Municipal da Cultura e da Paz" e por esta lei é adotada a "Bandeira da Paz".
Art. 2º No dia 25 (vinte e cinco) de julho de cada ano, em todo o Município, haverá a realização de atividades artísticas, científicas, culturais e religiosas, com uma grande confraternização. As escolas, museus, bibliotecas, prédios, repartições, instituições educacionais, científicas, culturais ou artísticas municipais e outros prédios públicos deverão hastear a "Bandeira da Paz", adotada neste ato, a qual permanecerá hasteada nos locais citados.
§ 1º Na mesma data, um cidadão ou uma entidade do Município que tenha realizado algum trabalho expressivo em favor da promoção da paz e da cultura será homenageado.
§ 2º A Bandeira da Paz, que medirá 0,85m de altura por 1,40m de comprimento, confeccionada em pano branco, terá ao centro um círculo cor vermelho-púrpura cujo aro medirá 0,10m de largura e terá 0,60m de diâmetro, a iniciar na parte externa, tendo dentro dele, no centro, sobre o fundo branco, três esferas também cor vermelho-púrpura, em triângulo ascendente, cada uma delas com raio de 0,12m de diâmetro.
§ 3º A presente Bandeira é semelhante à Bandeira da Paz que se tornou mundialmente conhecida pelo pacto de Nicholas K. Roerich.
§ 4º Uma comissão de sete membros, formada pelo Sr. Prefeito Municipal, que a presidirá, pelo Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, pelo Dr. Juiz de Direito, Diretor do Fórum, pelo Comandante da Unidade local da Polícia Militar, pelo Sr. Delegado de Polícia e pelo Secretário Municipal de Educação, que a integrarão como membros efetivos, e por duas pessoas da comunidade, vinculadas à cultura e à Paz, escolhidas pelo Sr. Prefeito Municipal, será constituída para dar cumprimento e fiscalizar a aplicação desta Lei, especialmente no que dispõe sobre a cerimônia de comemoração do "Dia Municipal da Cultura e da Paz", do hasteamento da Bandeira da Paz e da escolha do cidadão ou entidade que será homenageado pelo trabalho realizado em favor da cultura e da Paz.;
Art. 3º A presente Lei entra em vigor na data de sua publicação no Órgão Oficial.
Santana de Parnaíba, 18 de novembro de 2003.
SILVIO ROBERTO CAVALCANTI PECCIOLI
Prefeito Municipal
Terminamos o curso!
Os alunos aprenderam a realizar pesquisas na internet com reponsabilidade,criaram um blog,aprenderam a usar o editor de texto,a apresentação eletrônica e construiram planilhas e gráficos.Vou começar a postar os trabalhos dos alunos.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Fé
Fé
Não
estamos falando aqui apenas da fé religiosa ,Não
que
ela não seja importante, é uma pessoa acreditar em algo
além
do que os olhos podem ver ,mas nosso foco é na fé
pessoal
, ter fé em conseguir alcançar seus objetivos , ter fé
em
seguir seus princípios e valores a risca . Determinar um
ponto
de chegada para sua vida , e ter fé suficiente para
ultrapassar
os diversos obstáculos que podem surgir a frente
A
fé realmente move montanhas . Numa visão mais real deste principio
, e fé pode ser denominada de Força De Vontade ,
ter
força de vontade para lutar , cair, e voltar a lutar novamente .
A
fé em si mesmo é um dos grandes pilares na historia de pessoas
que
alcançaram seus objetivos , e também é um valor que deve
ser
muito bem trabalhado .
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Determinação
A
árvore que falava
Longe, muito
longe… bem no coração da savana, vivia uma árvore maior e mais
velha do que qualquer outra.
Abrigava, sob
a sua corcha, toda a sabedoria de África.
A seus pés,
por entre as altas ervas, a leoa espiava o antílope ou a zebra que
se tinham afastado do grupo. Como era a única árvore das
redondezas, os pássaros, que se empoleiravam nos ramos mais altos,
conheciam-na bem. Também as girafas, que comiam as folhas dos ramos
do meio, a conheciam. E os leões, que se estendiam sob os ramos
baixos para fazerem a sesta…
E assim a
árvore conhecia todos os segredos dos pássaros, dos leões, das
girafas, das zebras e de muitos outros animais. É que ela escutava
com todas as suas folhas.
Até os homens
vinham sentar-se debaixo dela no momento das grandes decisões,
discutindo os assuntos sérios à sombra dos seus ramos.
A árvore
sabia mais sobre o povo dos homens do que o mais velho dos anciãos e
o mais sábio dos sábios. Porque ela sabia calar-se, enquanto eles
gostavam de falar.
Mas a árvore
não guardava para si o seu saber: àqueles que tinham os ouvidos
atentos, ela murmurava, em confidência, a resposta a muitas
questões.
Quando os seus
filhotes estavam suficientemente grandes para voar, as andorinhas, as
cotovias e os estorninhos tinham por hábito levá-los até à
árvore. Ao cair da noite, esta enchia-se de chilreios. Passado algum
tempo, com três bicadas, os pais faziam calar os mais palradores. E
cada um escutava o murmúrio que subia da raiz mais profunda até ao
raminho mais alto.
No dia
seguinte, os jovens sabiam um pouco mais da arte de voar em
ziguezague para enganar as aves de rapina que mergulham sobre as
presas. E a águia ou o milhafre regressavam às montanhas de mãos a
abanar, perguntando-se por que milagre todos os passarinhos daquele
canto da savana se tinham tornado, de repente, tão espertos!
E cada
girafinha que partia a mascar um punhado de folhas da árvore ficava
a saber um pouco melhor como evitar a leoa que caçava. E,
misteriosamente, cada leãozinho, depois da sesta ao pé da árvore,
desconfiava um pouco mais do riso da hiena que rondava à procura de
uma presa fácil.
Mas os homens,
esses, partiam tão sisudos e estúpidos como tinham vindo, e a sua
tagarelice nada lhes tinha ensinado porque não sabiam escutar.
Eram
orgulhosos e arrogantes. Incendiavam a savana com os seus fogos e
matavam mais animais do que aqueles que precisavam para se alimentar.
Matavam-se até uns aos outros. E chamavam a isso «a guerra». A
árvore falava-lhes, como a todos, mas os homens não a escutavam.
Por causa deles, a árvore ficou triste. Pela primeira vez, sentiu-se
velha e cansada. Se pudesse, ter-se-ia deitado para esquecer. Mas
quando se é uma árvore, é preciso ficar de pé a recordar…
Foi então que
as suas folhas amareleceram e secaram e, em breve, ficou nua no meio
da savana. Os pássaros começaram a desdenhar dos seus ramos e os
leões e as girafas também, porque ela deixou de lhes falar.
E todos diziam
que ela estava morta.
* * *
Por muito
tempo a árvore seca ficou de pé. E parecia que nada viria alguma
vez a mudar… O milhafre da montanha estava contente e as hienas
riam-se. A leoa perdeu um leãozinho, a girafa uma girafinha e a
andorinha, três passarinhos que mal sabiam voar.
Mas, uma
manhã, veio um pequeno homem com um ar decidido. Tinha o olhar de
uma criança, e esse olhar não reflectia nem fogo nem sangue. As
suas mãos não agarravam nem arco nem zagaia. Contudo, era um homem.
Parou ao pé
da árvore seca, estendeu os braços e, com as pontas dos dedos,
tocou no tronco, muito devagar, ao de leve, como se acordasse alguém
que dorme. A corcha estremeceu. E a voz do pequeno homem subiu ao
longo da árvore, terna como um cântico muito antigo. O homem falava
à árvore, cheio de simplicidade. Depois, calou-se. E encostando a
orelha ao tronco, escutou. O vento nos ramos parecia formar palavras
e frases. E quanto mais a árvore falava, mais a expressão do homem
se iluminava.
Quando a
árvore terminou, o homem partiu. Quando voltou, trazia um machado
aos ombros. Uma vez perto da árvore, levantou a cabeça em direcção
aos ramos e murmurou algumas palavras em tom de desculpa. Depois,
firme nas suas pernas, com o cabo do machado bem preso nas mãos,
começou a cortar o tronco.
E a madeira
ressoou na savana, até aos limites do deserto e das montanhas.
Cada pássaro,
cada leão e cada girafa reconheceram a voz da velha árvore.
Todos
acorreram para junto dela, mas apenas encontraram um cepo e algumas
aparas espalhadas pelo solo.
É que o
pequeno homem, ajudado por alguns da sua aldeia, tinha levado a
árvore até casa. E, com medo dos homens, os animais não se
atreveram a segui-lo.
Uma vez
chegados à aldeia, o homem pôs-se a trabalhar. Tinha uma grande
ideia: para que a voz de madeira da velha sábia percorresse de novo
a savana, iria fazer um tantã.
Um tantã mais
sonoro e maior do que qualquer outro. Suficientemente longo para que
todos os homens da tribo pudessem tocar em conjunto.
Quando o homem
pegava de novo no machado para podar os ramos e deixar, assim, o
tronco livre, aqueles que tinham carregado a árvore com ele
fizeram-lhe sinal que parasse:
— Pequeno
homem, nós ajudámos-te — disseram os homens fortes com as suas
vozes grossas. — O nosso trabalho deve ser pago.
— Mas… com
que é que vos vou pagar? Eu não tenho nada, bem sabem!
— Deixa-te
disso! — insistiram os homens fortes. — Trouxemos a tua árvore,
dá-nos a nossa parte.
— Não pode
ser — protestou o homem. — É preciso que o tronco fique inteiro
para o tantã. Se não, como é que a tribo poderá tocar?
Os homens
obstinavam-se a reclamar a sua parte da madeira e o assunto foi
levado ao Conselho dos Anciãos.
* * *
Era uma
assembleia de homens muito velhos e muito tagarelas. Sempre prontos a
pronunciar uma sentença ou um julgamento, tanto a propósito do que
conheciam como do que ignoravam. Nada lhes agradava mais do que
reunirem-se quando lhes pediam um conselho, e também quando não
lhos pediam! Ora, o Conselho tinha por hábito reunir-se debaixo da
grande árvore, e os velhos sentiam-se desamparados… pois a árvore
tinha sido cortada! O mais velho dos Anciãos, um pequeno velhinho
com a face enrugada como uma ameixa seca, agitou o cachimbo por cima
da cabeça e tomou a palavra:
— O Conselho
não se pode reunir por falta de um lugar adequado.
E expeliu uma
baforada do seu cachimbo.
Os outros
membros do Conselho, sentados em círculo, aprovaram com um movimento
de cabeça, expeliram, cada um, uma baforada do seu cachimbo e
guardaram silêncio.
Os homens
fortes, que queriam a sua parte da árvore, e o pequeno homem, que
nada queria, não sabiam o que fazer.
Impaciente por
começar o trabalho, o homem avançou para dentro do círculo,
curvou-se respeitosamente diante do mais velho dos Anciãos:
— Digam-me
apenas se posso começar o meu trabalho, já que estais aqui
reunidos.
— É verdade
que estamos aqui — respondeu o Ancião. — Mas o Conselho não
está reunido. Por isso, não pode dar a sua opinião.
Expeliu uma
outra baforada e calou-se.
Os homens
fortes, impacientes por levar a madeira que lhes cabia,
inclinaram-se, por sua vez, diante dos Anciãos e disseram:
— Digam-nos
apenas se podemos pegar na nossa parte.
O Ancião nem
se deu ao trabalho de responder. Limitou-se a expelir uma baforada do
cachimbo e permaneceu em silêncio.
Mas o mais
forte, que também era o mais impaciente, deu um passo em frente.
De imediato, o
velho homem largou o cachimbo e, com uma voz trémula, acrescentou
precipitadamente:
— O Conselho
vai reunir… para decidir onde terá lugar o próximo Conselho.
O discurso
enfadonho que se seguiu poderia ter durado até ao final dos tempos,
se o Conselho não tivesse acabado por decidir… que decidiria mais
tarde!
De seguida, os
velhos aconselharam o pequeno homem a dar aos homens fortes o que
eles pediam. Depois, reclamaram, por sua vez, um pedaço da árvore
como recompensa pelo sábio conselho. E o pequeno homem assim o fez,
porque era costume dar uma prenda aos Anciãos, como agradecimento
pelos seus conselhos.
E cada um se
apressou a serrar, a rachar e a atar.
E o pedaço de
árvore não tardou a transformar-se em achas, toros e feixes para
queimar. Os homens acendiam fogueiras à volta da aldeia para manter
afastados os animais selvagens. Ignoravam que os animais tinham ainda
mais medo deles do que das suas fogueiras.
* * *
Um pouco
desiludido, o pequeno homem reparou na diminuição do tronco, mas
disse para si mesmo que, apesar de tudo, ainda chegava para fazer um
bom tambor para a tribo.
Lançou-se ao
trabalho, cheio de coragem. O machado, no entanto, não era muito
adequado para o descortiçamento, por isso decidiu ir a casa de um
vizinho pedir emprestado um podão, cuja lâmina curvada faria melhor
o serviço. Como era hábito, o vizinho estava a fazer a sesta e o
pequeno homem acordou-o para lhe fazer o pedido.
— Ah! És
tu? — disse o vizinho, bocejando como um hipopótamo. — O que
queres de mim?
— Podias
emprestar-me o teu podão? — perguntou muito educadamente o pequeno
homem.
— Eh! —
respondeu o vizinho, tão amável quanto um crocodilo a quem
interromperam a digestão. — Não me deixas dormir com esse barulho
todo… E ainda por cima queres que te empreste o meu podão! E se eu
precisar dele?
— Mas… é
só por um dia! Amanhã já terei acabado!
— O que me
dás em troca?
— Sabes bem
que não tenho nada de meu.
— Ah não? E
essa árvore? É tua, não é?
— Sim, mas…
— começou o pequeno homem.
— Pois bem,
dá-me um pedaço para alimentar a minha fogueira e emprestar-te-ei o
meu podão.
Assim se fez,
já que mais ninguém na aldeia tinha a ferramenta de que o pequeno
homem precisava.
Um pouco
desiludido, atentou no tronco, agora mais pequeno. No entanto, havia
ainda madeira para fazer um tantã para a tribo.
Lançou-se ao
trabalho, cheio de coragem. E o descortiçamento depressa terminou.
Mas, quando
quis cavar o tronco, apercebeu-se de que não tinha cinzel para o
fazer.
De certeza que
o vizinho tinha um, mas será que lho emprestaria sem reclamar mais
um pedaço da árvore?
Infelizmente,
mais ninguém da aldeia tinha cinzel. E era preciso acordar novamente
o hipopótamo, amável como um crocodilo.
— Tu, outra
vez! — bocejou o vizinho. — O que queres?
— Desculpa —
disse o pequeno homem com a sua voz gentil. — Vim devolver-te o
podão… e pedir-te, em troca, um cinzel, se fazes o favor.
— Em troca?
— zombou o vizinho. — Não há troca nenhuma porque o podão é
meu. Dá-me um pedaço de madeira para a minha fogueira e
emprestar-te-ei o meu cinzel.
* * *
Assim foi
feito. E o pequeno homem, um pouco desiludido, atentou no tronco
muito curto. Ainda podia fazer um bonito tantã, não para toda a
tribo, mas, mesmo assim, um bonito tantã. Cheio de coragem, meteu
mãos à obra e depressa cavou o tronco. Faltava apenas endurecê-lo
ao lume, para que fosse mais sólido e para que o seu som chegasse
mais longe.
Mas o pequeno
homem não tinha fogueira e já havia dado tanta madeira aos outros
que não possuía o suficiente nem para atear um fogo. Claro que a
fogueira do vizinho crepitava, um pouco mais longe, mas não ousava
acordá-lo pela terceira vez.
Foi então pedir aos homens fortes a permissão de passar o seu tantã pelo fogo.
Foi então pedir aos homens fortes a permissão de passar o seu tantã pelo fogo.
— De acordo,
— disseram eles — mas com a condição de pores uma acha na nossa
fogueira, como todos fazem.
— Mas… já
não tenho madeira, já vos dei tudo! — respondeu.
— Ah sim? E
isto, isto não é madeira? — perguntou o mais forte dos homens
fortes, indicando o pequeno tantã.
Com a morte na
alma, o pequeno homem teve de se resolver a cortar um pedaço do
tantã antes mesmo de lhe ter ouvido a voz.
E quando
pensou naquilo que lhe restava do imenso tronco que a árvore lhe
tinha dado, esteve quase para se sentar a chorar e abandonar o seu
belo projecto.
Mas caiu de
novo em si e disse para si mesmo que, apesar de tudo, se não
chegasse para um tantã, chegaria para fazer um grande tambor.
Cheio de
coragem, meteu mãos à obra e o que restava do tantã foi
rapidamente convertido em djembé.
(Djembé
é o nome que se dá em África a esta espécie de tambor). Mas o
pequeno homem apercebeu-se de que lhe faltava uma pele de cabra para
o tambor.
Partiu então
à procura do rebanho de cabras. A rapariga que as guardava era ainda
quase uma criança, e o pequeno homem pensou que seria mais fácil
falar com ela.
— Bom dia —
disse à criança.
— Bom dia —
respondeu ela. — És tu que dás madeira a toda a gente em troca de
uma ferramenta ou de lume?
— Sim, quer
dizer… — começou ele.
— O que
queres de mim? — interrompeu a criança.
— Apenas uma
pele de cabra, uma daquelas que tens por aí. Mas já não tenho
madeira para te dar.
— É pena —
disse a rapariga. — Porque também eu necessito de um pouco de
madeira. Para afastar os leões do meu rebanho não há nada melhor
do que uma boa fogueira, disseram-me os Anciãos.
— Oh, por
favor, dá-me uma pele. Bem vejo que não te fazem falta — suplicou
o pequeno homem.
— Pelo
contrário, as minhas peles, troco-as por madeira! — retorquiu a
criança.
E, como mais
ninguém na aldeia tinha peles de cabra, o homem foi obrigado, uma
vez mais, a cortar um pedaço do tambor.
* * *
A pele de
cabra era dura e seca, frágil como uma corcha. Antes de a colocar no
tambor, era preciso macerá-la, fervê-la, esticá-la, batê- la,
para a tornar mais suave e tão sólida como o couro.
Só faltava
levá-la ao curtidor.
Aquele que
curtia todas as peles da tribo morava sozinho fora da aldeia, perto
do rio. O seu trabalho requeria muita água. E os outros não tinham
querido que ele se instalasse perto, devido ao cheiro insuportável
das peles molhadas.
Mas, por mais
longe que o curtidor morasse, também ele tinha ouvido falar da
árvore abatida. Por sua vez, reclamou uma parte, como prémio do seu
trabalho.
— Mas já
não há nenhuma árvore! — lamentou-se o pequeno homem. Ficou
apenas um tambor!
— De acordo
— concluiu o curtidor. — Contentar-me-ei com um bocado do tambor.
E o pequeno
homem cortou e deu-lhe a madeira, e a pele foi curtida, seca e ficou
pronta a ser colocada no djembé.
Quando quis
esticá-la, deu-se conta de que lhe faltava uma corda para o fazer.
Foi então à
procura daquele que na aldeia melhor sabia entrançar cordas. É que
a corda que estica a pele de um djembé
tem de ser sólida.
Tal como os
outros, o entrançador de cordas pediu um pouco de madeira. Apesar
dos seus protestos e lamentos, o pequeno homem nada conseguiu. E o
tambor ficou ainda mais pequeno.
Regressou a
casa perturbado, com a corda ao ombro. Ao ver o tambor tão pequeno,
perguntou-se se teria valido a pena o trabalho.
Depois,
recordou a árvore que se erguia no meio da savana. Lembrou-se da
promessa que lhe tinha feito e sentiu de novo coragem. Depressa a
pele de cabra foi colocada no djembé,
em arco, e muito esticada por uma rede de nós sólidos e
complicados.
* * *
O homem olhou
para o seu djembé,
finalmente pronto! Claro que era um djembé
muito pequenino, bem diferente daquele tantã que ele quereria ter
talhado e no qual toda a tribo teria tocado em conjunto. No entanto,
o homem não ficou decepcionado, porque era um belo djembé:
esculpido, polido, suficientemente largo para as suas pequenas mãos,
e suficientemente grande para lhe caber entre os joelhos. Então,
quis experimentá-lo. Com as palmas e os dedos pôs-se a tocar. E a
voz que saía deste tambor, tão pequenino que mais parecia um tambor
de criança, era ampla e vasta e profunda como a floresta.
O homem
sentiu-se arrebatado e as suas mãos continuaram a tocar… E a voz
imponente do pequeno djembé
estendeu-se a toda a aldeia e à savana inteira.
Um por um,
todos os membros da tribo aproximaram-se dele. Tinham vindo todos:
desde o mais ancião dos Anciãos à pequena guardadora de cabras, do
mais forte dos homens fortes ao vizinho crocodilo. Tinham deixado as
suas fogueiras, as suas conversas enfadonhas e as suas sestas, para
formar um círculo em redor do pequeno tambor. E faziam silêncio.
Do pequeno
djembé
elevavam-se palavras e frases que diziam toda a savana: o medo da
zebra que foge à azagaia do caçador ávido, o sofrimento da erva
que curva perante a chama acesa pelo homem, a doçura do vento que
murmura nos ramos da árvore… E os homens escutavam. Eles, que só
pensavam na caça, na guerra e nas fogueiras, faziam silêncio.
Assim, até
aos limites da montanha e do deserto, cada pássaro, cada leão e
cada girafa reconheceram a voz da velha árvore. E, graças às mãos
do pequeno homem, todos partilharam de novo o seu saber, por muito
tempo ainda. Porque, ao som do djembé,
o cepo da antiga árvore germinou. Do jovem rebento brotou uma nova
árvore.
E, sob a sua
corcha de árvore, corria a seiva da sabedoria de África.
A seus pés,
por entre as ervas altas, a leoa espiava o antílope ou a zebra que
se tinham afastado do grupo. Os pássaros, que se empoleiravam nos
ramos mais altos, conheciam-na bem. E as girafas, que comiam as
folhas dos ramos do meio, e os leões, que se estendiam sob os ramos
baixos para fazerem a sesta.
Até os
homens…
Do
SpillersL’arbre qui
parle
Toulouse, Milan Poche, 1999
tradução e adaptação
Toulouse, Milan Poche, 1999
tradução e adaptação
Familia
- A Família é um pilar muito importante para o crescimento e o sucesso pessoal de uma pessoa. Quando falamos em família, não é apenas a nossa família de sangue, mas também a família que criamos em nossa caminhada pelo mundo, como amigos e amigas, parceiros e parceiras, companheiros de trabalho e de estudos. A Família é uma importante instituição e um valor fundamental em minha vida. Em todas as minhas decisões, procuro sempre estar o mais próximo possível deste valor familiar, executando ações que possam me trazer conforto, tanto para mim, como para os que me cercam.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Corra Melos!
Corra, Melos!

Melos, um jovem camponês, venceu as mais duras provas, inclusive a morte. Quando foi preso injustamente, ele pediu ao rei tirano que o deixasse ir ao casamento de sua irmã mais nova. Melos garantiu ao rei que retornaria à prisão após o casamento.
O rei não acreditando que o trato fosse cumprido, dispôs-se a fazê-lo mediante maldosa proposta. Ele lhe concederia o pedido, se houvesse alguém disposto a ser executado em seu lugar. Caso não retornasse dentro de três dias, antes de o Sol se pôr, essa pessoa seria executada. Seu fiel amigo, Serinuntius, voluntariou-se.
O rei, descrente, sugeriu a Melos que não voltasse, deixando que o amigo fosse morto, pois assim obteria sua liberdade.
Após assistir ao casamento de sua irmã, ele iniciou seu retorno. Venceu vários obstáculos impossíveis, para corresponder a um honrado amigo. A caminhada era demasiadamente penosa e, na metade da jornada, suas forças já haviam se esgotado. Não conseguindo dar um passo sequer, caiu ao chão, chorando. Em sua mente, surgia o pensamento:
Oh! Você chegou até aqui, venceu as correntezas e os bandidos terríveis que queriam lhe derrotar a todo o custo. Como pode ser tão covarde? Seu estimado amigo morrerá por ter confiado em você. Você será o homem mais mesquinho e covarde deste mundo. Será tal qual o rei desejou.
O rei não acreditando que o trato fosse cumprido, dispôs-se a fazê-lo mediante maldosa proposta. Ele lhe concederia o pedido, se houvesse alguém disposto a ser executado em seu lugar. Caso não retornasse dentro de três dias, antes de o Sol se pôr, essa pessoa seria executada. Seu fiel amigo, Serinuntius, voluntariou-se.
O rei, descrente, sugeriu a Melos que não voltasse, deixando que o amigo fosse morto, pois assim obteria sua liberdade.
Após assistir ao casamento de sua irmã, ele iniciou seu retorno. Venceu vários obstáculos impossíveis, para corresponder a um honrado amigo. A caminhada era demasiadamente penosa e, na metade da jornada, suas forças já haviam se esgotado. Não conseguindo dar um passo sequer, caiu ao chão, chorando. Em sua mente, surgia o pensamento:
Oh! Você chegou até aqui, venceu as correntezas e os bandidos terríveis que queriam lhe derrotar a todo o custo. Como pode ser tão covarde? Seu estimado amigo morrerá por ter confiado em você. Você será o homem mais mesquinho e covarde deste mundo. Será tal qual o rei desejou.
Melos repreendia a si mesmo. Seu corpo, exausto, não obedecia. Não conseguia nem mesmo se mover. E continuou refletindo:
Quando o cansaço é muito grande, atinge até a consciência. Os maus pensamentos, impróprios a um herói, tomam conta da pessoa. Eu me esforcei tanto! Jamais pensei em não cumprir minha promessa. Corri até não poder mais. Não sou covarde. Oh! Se pudesse, abriria meu peito e mostraria meu coração. Este coração que pulsa com o sangue do amor e da sinceridade. Porém, sou um homem infeliz.
Todos rirão de mim. Minha família também será desprezada. Eu traí a confiança de um amigo. Fraquejar no meio do caminho é o mesmo que ser derrotado desde o começo. Oh! Não há remédio. Talvez seja o meu destino. Serinuntius, perdoe-me. Você sempre confiou em mim. Eu também nunca o traí. Sempre fomos amigos. Nunca fomos atacados pela desconfiança, nem mesmo por um instante. Mesmo agora, creio que esteja me esperando. Obrigado, Serinuntius. Muito obrigado por ter tanta confiança em mim! Quando penso nisso, fico desesperado. Serinuntius, corri, jamais pensei em traí-lo. Creia-me, corri como um louco. Outra pessoa não conseguiria chegar aonde cheguei... Agora, nada mais me importa. Deixe-me. Fui derrotado. Sou mesmo fraco. Ria-se. O rei disse-me para que chegasse atrasado, pois assim mataria o refém e salvaria minha vida. Odiei a atitude sórdida do rei. Porém, agora estou agindo como ele queria. Cheguei tarde. O rei rirá satisfeito e me soltará sem implicar. Quando isto acontecer, sofrerei muito mais do que se morresse.
Serinuntius, morrerei também. Deixe-me morrer junto com você. Sei que acredita em mim, apesar de tudo, não é?
Ou será que isso é apenas otimismo da minha parte? Oh! Não! Talvez eu viva como um traidor. Tenho uma casa na aldeia. Quem sabe minha irmã não me expulse de lá.
Justiça, sinceridade, amor. Pensando bem, tudo isto é bobagem. Mate outra pessoa para viver. Não seria esta a lei deste mundo dos homens?
Tudo é bobagem. Sou um traidor desprezível. Faça como quiserem.
Quando o cansaço é muito grande, atinge até a consciência. Os maus pensamentos, impróprios a um herói, tomam conta da pessoa. Eu me esforcei tanto! Jamais pensei em não cumprir minha promessa. Corri até não poder mais. Não sou covarde. Oh! Se pudesse, abriria meu peito e mostraria meu coração. Este coração que pulsa com o sangue do amor e da sinceridade. Porém, sou um homem infeliz.
Todos rirão de mim. Minha família também será desprezada. Eu traí a confiança de um amigo. Fraquejar no meio do caminho é o mesmo que ser derrotado desde o começo. Oh! Não há remédio. Talvez seja o meu destino. Serinuntius, perdoe-me. Você sempre confiou em mim. Eu também nunca o traí. Sempre fomos amigos. Nunca fomos atacados pela desconfiança, nem mesmo por um instante. Mesmo agora, creio que esteja me esperando. Obrigado, Serinuntius. Muito obrigado por ter tanta confiança em mim! Quando penso nisso, fico desesperado. Serinuntius, corri, jamais pensei em traí-lo. Creia-me, corri como um louco. Outra pessoa não conseguiria chegar aonde cheguei... Agora, nada mais me importa. Deixe-me. Fui derrotado. Sou mesmo fraco. Ria-se. O rei disse-me para que chegasse atrasado, pois assim mataria o refém e salvaria minha vida. Odiei a atitude sórdida do rei. Porém, agora estou agindo como ele queria. Cheguei tarde. O rei rirá satisfeito e me soltará sem implicar. Quando isto acontecer, sofrerei muito mais do que se morresse.
Serinuntius, morrerei também. Deixe-me morrer junto com você. Sei que acredita em mim, apesar de tudo, não é?
Ou será que isso é apenas otimismo da minha parte? Oh! Não! Talvez eu viva como um traidor. Tenho uma casa na aldeia. Quem sabe minha irmã não me expulse de lá.
Justiça, sinceridade, amor. Pensando bem, tudo isto é bobagem. Mate outra pessoa para viver. Não seria esta a lei deste mundo dos homens?
Tudo é bobagem. Sou um traidor desprezível. Faça como quiserem.
Desfalece, enfim, chorando, estendido ao chão. De repente, ouviu o barulho de uma correnteza ali perto. Levantou-se cambaleando e viu a água que surgia de uma rocha. Curvou-se um pouco como que absorvido pela mina. Tomou um gole. Deu um longo suspiro, parecia acordar de um sonho ruim. Conseguiu andar. Recobrando a energia, viu renovar a esperança, embora mínima. A esperança de cumprir o dever, de dar a vida pela honra.
Alguém me aguarda, confiante, sem duvidar um pouco sequer. Não me pertenço. Minha vida nada vale. Não posso pensar em ser perdoado se morrer aqui. Devo recompensar a confiança em mim depositada. No momento, isso é o mais importante. Corra, Melos! Alguém confia em você! Aquele pensamento que me ocorreu há pouco foi o sussurro de um demônio, um pesadelo que eu tive. Devo esquecer. Agora sim, poderei morrer como um herói. Oh! O Sol já vai desaparecer. Espere-me! Oh! Desde que eu nasci, fui um homem honesto. Quero morrer como tal.
Empurrando as pessoas, Melos corria desesperadamente.
— Guarda, sou eu! Sou eu quem deve morrer. Sou Melos, quem fez deste homem um refém. Estou aqui.
— Guarda, sou eu! Sou eu quem deve morrer. Sou Melos, quem fez deste homem um refém. Estou aqui.
Gritando, ele subiu no cadafalso e agarrou-se aos pés de seu amigo.
— Serinuntius!, disse com os olhos marejados. Bata-me com força. No meio do caminho, tive um mal pensamento. Se não me bater, não terei o direito de abraçá-lo. Bata!
— Serinuntius!, disse com os olhos marejados. Bata-me com força. No meio do caminho, tive um mal pensamento. Se não me bater, não terei o direito de abraçá-lo. Bata!
Serinuntius assentiu com a cabeça e o esbofeteou fortemente. Depois, sorrindo disse:
— Melos, bata-me também com o mesmo ardor que lhe bati. Nestes longos dias de espera, por um instante, duvidei de você. Se você não me bater, não poderei abraça-lo.
— Melos, bata-me também com o mesmo ardor que lhe bati. Nestes longos dias de espera, por um instante, duvidei de você. Se você não me bater, não poderei abraça-lo.
Melos esbofeteou-o com toda a força. Os dois amigos abraçaram-se chorando e falando ao mesmo tempo:
— Obrigado, amigo.
— Obrigado, amigo.
Depois, choraram de alegria. O povo chorava também. O rei Dionísio, o tirano, que assistia à cena do meio da multidão, aproximou-se e disse:
— Vocês venceram. Venceram meu coração incrédulo. Agora sei que a sinceridade não é mera ilusão sem fundamento. Por favor, façam de mim um companheiro de vocês. Peço-lhes de coração, permitam-me ser seu amigo.
— Vocês venceram. Venceram meu coração incrédulo. Agora sei que a sinceridade não é mera ilusão sem fundamento. Por favor, façam de mim um companheiro de vocês. Peço-lhes de coração, permitam-me ser seu amigo.
O povo bradou, extasiado de alegria.
Osamu Dazai (1909–1948).
Fonte: BS, edição no 1.059, 18 de novembro de 1989, p. 5.
Assinar:
Postagens (Atom)